tag:blogger.com,1999:blog-25979415488846476532024-02-19T05:10:34.027-03:00O QUE FICOU GUARDADOPaula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.comBlogger556125tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-14168778948403881572012-07-27T03:07:00.002-03:002012-07-27T03:07:44.419-03:00A ENCOMENDA<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGKoWPIgPiDJVcE2R7_KUSfegLKXIYKpdFtukQLn463CKw5cKRh4uAjAqaf1nkGbu3H7PInn1fuFqJbgjAIbXtTgW-v5T0MbGXo_exqDEXn3PEGX7_p2KcjTpJC9nGE5gWbdFw6D-vnNk/s1600/encomenda-postal-frances_17-1030184537.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGKoWPIgPiDJVcE2R7_KUSfegLKXIYKpdFtukQLn463CKw5cKRh4uAjAqaf1nkGbu3H7PInn1fuFqJbgjAIbXtTgW-v5T0MbGXo_exqDEXn3PEGX7_p2KcjTpJC9nGE5gWbdFw6D-vnNk/s320/encomenda-postal-frances_17-1030184537.jpg" width="277" /></a></div>
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Supermercado. Super. Super fila única para o caixa rápido para consumidores de até 20 volumes. Uma única fila de caixa rápido para 20 volumes e 12 caixas preferenciais vazios. Não sou cliente preferencial. Pego a fila do caixa rápido. Seis pessoas a minha frente. Na minha mão uma garrafa de vinho tinto seco. R$ 11.90. Tenho R$12.00. Na verdade nem são meus. Foi uma encomenda. Um favor prestado. Eu não vou beber o vinho, nem comer o queijo. Deixei os palitos de dente na prateleira do mercado. Preferi trazer o vinho. O painel chama gradativamente os consumidores, um a um para os caixas. Cola atrás de mim um ser. Camisa de botão e calça social. Nas mãos um pacotinho de Ruffles Original tamanho pequeno. A fila demora. Ele se inquieta e começa a massagear o pacotinho. O barulho me irrita. A sinfonia do painel e do pacotinho massageado. Ele insiste. Dou uma olhada pra trás e meço a figura da cabeça aos pés. Ele distante, massageia o pacotinho incessantemente com um olhar apaixonado, como quem tenta desnudar seu pré jantar. Meu nível de irritação aumenta. O painel apita. Um passo a frente. Ele cola novamente atrás de mim. Massageia, massageia... Ergo a garrafa de vinho na altura da cabeça dele e solto em volume máximo: "PORRA! "RUFFLES ORIGINAL"???? TAMANHO PEQUENO? CARALHO!!!! SE PELO MENOS FOSSE "RUFFLES SALSA E CEBOLA" TAMANHO GRANDE ... ARGH!!!! QUE IRRITANTE!". </div>
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Acho que preciso trepar.</div>
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<i>Paula Miasato </i></div>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-61388124870961986482012-07-22T03:06:00.001-03:002012-07-22T03:06:20.573-03:00De Chaleira: ECO<a href="http://e-chaleira.blogspot.com/2012/07/eco.html?spref=bl">De Chaleira: ECO</a>: Eco Por Paula Miasato Sou poeta de um poema só. De um tema só. De um corpo só. De várias palavras E uma só interpretaç...Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-40842170563048550092012-07-13T00:23:00.001-03:002012-07-13T00:23:40.500-03:00Cafeinômetro: Amor CU<a href="http://cafeinometro.blogspot.com/2012/02/amor-cu.html?spref=bl">Cafeinômetro: Amor CU</a>: autor desconhecido - Dar o cu dói? Dói. Então é a mesma coisa... - Ah! Mas o que isso tem haver? Na hora que esta tudo dentro e e...Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-67679992320878630102012-07-12T02:59:00.001-03:002012-07-12T02:59:28.627-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhrAa1255SjWfcNRm7Ykc1xUFH9qjCXMa1X112abzdJHRiYWebqDXZcbn-v18xlUmHFeekTLJ8uuYXGBece6-4lGglBhHHhUAeSOgJweja6OjdwlBv0W3LdibPU-LrlCYGNGSVA3nohQI/s1600/www.jocelinosoares.com.br.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhrAa1255SjWfcNRm7Ykc1xUFH9qjCXMa1X112abzdJHRiYWebqDXZcbn-v18xlUmHFeekTLJ8uuYXGBece6-4lGglBhHHhUAeSOgJweja6OjdwlBv0W3LdibPU-LrlCYGNGSVA3nohQI/s320/www.jocelinosoares.com.br.jpg" width="303" /></a></div>
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<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">(imagem: <a href="http://www.jocelinosoares.com.br/obras/imagens/1984%2000%2000%20Desenho%20a%20crayon%20Jocelino%20Soares%20In%EDcio%20S%E9rie%20Mulheres%20(2).jpg">Desenho a crayon Jocelino Soares In cio S rie Mulheres</a>)</span></i></div>
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A boca:</div>
<div style="text-align: center;">
orifício molhado</div>
<div style="text-align: center;">
por onde se entra.</div>
<div style="text-align: center;">
Vão que se cala</div>
<div style="text-align: center;">
na hora do beijo.</div>
<div style="text-align: center;">
Fissura macia,</div>
<div style="text-align: center;">
e que convida.</div>
<div style="text-align: center;">
É como a vagina,</div>
<div style="text-align: center;">
quente e molhada,</div>
<div style="text-align: center;">
engole e mastiga.</div>
<div style="text-align: center;">
A boca é maldita.</div>
<div style="text-align: center;">
É como a mulher:</div>
<div style="text-align: center;">
É feminina</div>
<div style="text-align: center;">
pela gramática</div>
<div style="text-align: center;">
e pelo ofício.</div>
<div style="text-align: center;">
A boca meu caro,</div>
<div style="text-align: center;">
É anjo no cio.</div>
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<i>Paula Miasato</i></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGin2ZqODNPQK7cRuE2lOc_lTlVNsoqjOWgzjppcWdG7jYb8KF4A4SmIFjFpb1XDTmd28d4EJuQAPl4N6jgQ2X2cckQCeKFjbp1AyyWwMvaf3qESmVeL7HM1C1KCd5enPYBb0XyqzLi6A/s1600/image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGin2ZqODNPQK7cRuE2lOc_lTlVNsoqjOWgzjppcWdG7jYb8KF4A4SmIFjFpb1XDTmd28d4EJuQAPl4N6jgQ2X2cckQCeKFjbp1AyyWwMvaf3qESmVeL7HM1C1KCd5enPYBb0XyqzLi6A/s320/image.jpg" width="232" /></a></div>
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Hoje eu já não calo mais o que ficou guardado. Nem guardo mais o que ficou calado. Hoje eu desconfio do seguro e confio na instabilidade. Pego o abstrato e admiro o concreto. Não me aproximo, porém invado. Sinto uma falsa saudade de alguns falsos amigos. Digo verdades e aponto o dedo na cara de gente mentirosa. Como brigadeiro. Fumo cigarro de filtro vermelho. Trepo sem camisinha. Esqueço meu passado e só lembro do teu. Continuo a sentir enjôo. Sinto cheiro de mijo pelas ruas da cidade que pensa que é viva, mas está morta. Ouço o Vassalo. Sinto dores. Recebo cura. Minha gata preta continua ao meu lado. Está gorda. Bebo café Moóca, é melhor que o Melitta. Não te reconheço. Uso vestidos discretos. Não lembro como era o teu pau. Não sinto vergonha de mim. Sinto vergonha do que está a minha volta. Não conto mais histórias. As vezes bebo cerveja, depois me arrependo. Mijo. É uma forma de compensação. Gosto de olhos negros. Tenho dez unhas em duas mãos, cada uma delas tem um tamanho diferente. São como meus neurônios. Faço barulho e mando o vizinho tomar no cu, na porta da casa dele. Recebo pratos de comida por baixo da porta como um presidiário. Serviço público. Não sinto orgulho da minha vida profissional, mas vou viver uma velhice feliz. Pinto quadros. Jogo no lixo. Escrevo livros. Jogo no lixo. Não leio o que escrevo. Gosto cru. Hoje não calo o que ficou guardado. Não guardo o que ficou calado. Não acredito em verdades, nem em olhos bonitos, nem em sorrisos medíocres. Eu não sinto falta, sinto excesso.</div>
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Paula Miasato</div>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-14292995648702713732012-07-12T02:10:00.000-03:002012-07-12T02:10:31.537-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgphBzaKEGjtTvnaP8XPrQXLabhWEX8eue8UrG4kp5Xzj_6ftdWotLfaA2JoiMauwZ6FYoS0hkXxn9dQ1-gGlTQTu6fFsgih1Kg2vrJl4Xr8t3OyqVlpNZpumMpeNMCsn3aQh4KutVE-fM/s1600/Foto+criada+em+2011-09-24+a%CC%80s+17.21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgphBzaKEGjtTvnaP8XPrQXLabhWEX8eue8UrG4kp5Xzj_6ftdWotLfaA2JoiMauwZ6FYoS0hkXxn9dQ1-gGlTQTu6fFsgih1Kg2vrJl4Xr8t3OyqVlpNZpumMpeNMCsn3aQh4KutVE-fM/s320/Foto+criada+em+2011-09-24+a%CC%80s+17.21.jpg" width="299" /></a></div>
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EU<br />
NÃO<br />
PERTENÇO<br />
A<br />
ESSE<br />
MUNDO.<br />
PRAZER:<br />
SOU<br />
O<br />
ET<br />
DE<br />
VARGINHA.Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-52710594724949877312012-07-09T10:12:00.001-03:002012-07-09T10:15:13.888-03:00TEMPESTADE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6OCr-kqYcyo-NinpBX5b3yjjpOtfe6GttWK_DmM7ovMyJrbmNyKeLEY5l4c8km-Ft64RH1GZkikCr8fODySk0DIvoe32P9lBDILeHg7UW7xLaFRwGRsmnY9dktOHrOmF3faV5oGRVwSs/s1600/331873_2685375689893_1121404969_32312097_49356127_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6OCr-kqYcyo-NinpBX5b3yjjpOtfe6GttWK_DmM7ovMyJrbmNyKeLEY5l4c8km-Ft64RH1GZkikCr8fODySk0DIvoe32P9lBDILeHg7UW7xLaFRwGRsmnY9dktOHrOmF3faV5oGRVwSs/s320/331873_2685375689893_1121404969_32312097_49356127_o.jpg" width="320" /></a></div>
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Eu quase sempre vejo o dia amanhecer, mas hoje eu o vi após um sono, o que é raro. </div>
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O comum na minha rotina é assistir o nascer da manhã azul marinho na companhia dele. Companhia que segue a noite acordada comigo junto ao café, suco, bolo, cigarros e muito papo e assim as horas se vão rápidamente e acontece de vermos o dia nascer num plano de fundo azul marinho. Só então vamos pra cama. Juntos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje foi diferente. Vi o sol nascer após o sono, deixei ele na cama, nu, corpo quente, deitado, num semi sono e com um meio sorriso nos lábios após dizer "eu te amo".<br />
Agora o sol se faz morno e a luminosidade é perfeita. Não incomoda.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vim escrever. Hoje ele entende essas minhas saídas da cama, já não me pede pra ficar em seu ombro por querer meu cheiro por perto, assim como está passando a entender meus silêncios, meus segredos e desejos mais íntimos. Se contenta com nosso cheiro misturado no lençol e isso se faz suficiente pra dar continuidade a seu semi sono tranquilo, sempre depois de dizer que me ama.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não sou poeta, nunca fui. Não sei esculpir palavras de forma a dar-lhes formato, cheiro e sentido poético. Nunca fui poeta e eu bem queria esculpir uma poesia pra ele, uma poesia que conseguisse descrever ao menos parte da beleza dos nossos dias e noites, das nossas semi mortes quando dentro um do outro, um poesia com o cheiro do nosso sexo e com a temperatura exata das nossas peles quando coladas, mas acho mesmo que se até hoje ainda não conseguimos definir ao certo o que acontece quando a gente se gruda, seria praticamente impossível transformar isso em poesia. </div>
<div style="text-align: justify;">
Ele faz relações matemáticas pra tentar se aproximar de uma explicação plausível. "Assíntota" foi o termo explicativo mais aproximado, mas ainda não satisfeito, continua a filosofar matematicamente sobre o assunto. Ele é um músico matemático. Eu tento escrever, mas sempre escrevo sobre nossas sextas feiras o que o deixa muito irritado, pois as sextas, a seu ver, são dele. Sim, ele é egoísta. Eu também e por isso sinto as sextas muito minhas. É o desequilíbrio do equilibrista na corda bamba. Sabe aquela "bambeada"que ele dá com o guarda chuva na mão ao andar pelo estreito fio? Essa mesma. Bambeia, chacoalha o guarda chuva e logo volta ao equilíbrio. O guarda chuva é o nosso amor. O que faz com que o equilibrista retome o equilíbrio e prossiga na corda bamba. Nunca há aplausos no final, ao contrário do show do artista assim como ao contrário do que deveria. O amor incomoda. E eu apenas lamento por isso, não me surpreendo mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Voltei ao quarto, peguei um cigarro dele, filtro vermelho, forte, lá no criado mudo. O meu acabou. Lhe dei um beijo e pude perceber que a minha ausência na cama ainda o incomoda, embora ele não mais a questione.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu gosto dessas pequenas coisas que compoem o cotidiano. Pequenos trejeitos, quase que imperceptíveis aos outros, perceptíveis somente a nós, no nosso mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu gosto do cheiro do suor do batalhão de soldados misturado ao ácido da concha, cheiro que impregna no lençol e me nos traz um sono tranquilo. Gosto da temperatura, textura e gosto da boca dele (desde a primeira vez...), gosto da lança afiada e firme que abre as portas para o outro plano (nosso plano), onde não há cenário de fundo, nem céu, nem chão. Gosto dessa amálgama onde nossas almas de fundem sem se fundir (mais uma tentativa frustrada de explicação de um matemático). Contradição. Absurdo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gosto daqueles olhos tristonhos, muito mais do que dos longos cílios que o contornam (gosto do jeito que me olham e do jeito que piscam quando filosofa matematicamente sobre nós). </div>
<div style="text-align: justify;">
Gosto do contraste da pele branca com o cabelo preto. Gosto ainda mais do cheiro, que me excita e me descontrola. Eu "viro bicho"(sou bicho...), felina de fogo, mais uma tentativa dele de explicação para algo sem explicação. Muito aproximada. </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu cheiro, lambo, me lambuzo, salivo, me ponho de quatro e ele "vira bixo". Sempre foi assim. Enfia a língua em meus orifícios melados e entra sem pedir licença. Invade."Vira bixo". Faz amor como homem apaixonado, fode que nem "bixo". Diz que me ama e me chama de gostosa. E eu sei que sou. Amada e gostosa. Ele fica puto.</div>
<div style="text-align: justify;">
A música que cantamos juntos nessa hora incomoda os vizinhos, mas a gente "vai embora", nem percebe e que se foda. Rimos disso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele se desmancha em cima e dentro de mim. Derrete. Eu acho lindo. Tenho espasmos. Não sinto minhas pernas. Demoro a voltar. Ele também. Assíntota. Amálgama.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não gostamos de gente. Não gostamos de gente perto da gente. Não queremos o mal de ninguém, nem do Vassalo. Só queremos terra, mato, flores e o silêncio da música do nosso canto e da sua viola. Café e cigarros sempre.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos construindo nosso muro de pedra. Muro de arrimo que circunda e não permite que o que é nosso se esparrame e se contamine, muro de arrimo de onde poderemos ver, sós, pelo lado de dentro, protegidos e isolados, o por e nascer do sol.</div>
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<i>Paula Miasato</i></div>
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</div>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-68514278307659289222012-07-08T22:44:00.001-03:002012-07-08T22:44:33.167-03:00A Última Casa de Ópio: Lapathus<a href="http://aultimacasadeopio.blogspot.com/2012/07/lapathus.html?spref=bl">A Última Casa de Ópio: Lapathus</a>: O azedo é o que mais faz forte. Suco que deixa meu suco ávido e potente. Um bilhão de soldados invadindo e conquistando seu território. No...Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-91394125890198485952012-07-08T17:57:00.000-03:002012-07-08T17:57:09.443-03:00VASSALONão estou só. Sinto sua presença. Impressão é instinto e instinto nunca falha.<div>
Sigo os meus. </div>
<div>
As vezes eu consigo lutar mas nem sempre estou forte o suficiente.</div>
<div>
Não me sinto no direito. </div>
<div>
As vezes eu me machuco. As vezes não. </div>
<div>
As vezes não quero ouvir uma palavra sobre isso, geralmente quando ouço vejo sentido, mas não me sinto no direito de opinar. Não sou eu.</div>
<div>
Eu não tenho esse direito.</div>
<div>
Eu quero estar só. Pelo menos por essa noite. Estar só na única companhia que me faz bem: meu batalhão de soldados.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Paula Miasato</div>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-77975954965400350952012-07-04T10:37:00.001-03:002012-07-04T10:37:53.635-03:00<br /><div>
Perdi a credibilidade no ser humano. Não existe possibilidade mínima de permissividade, tolerância e amizade.</div>
<div>
As pessoas me perguntam porquê me isolo. Por que prefiro retornar ao outro lado do rio e por lá permanecer. A distância me faz bem.</div>
<div>
As pessoas me perguntam porquê nunca tive amigos. Porque nunca me fizeram falta.</div>
<div>
Sempre fui só. Este é o meu destino. Não se questiona o destino, ele apenas é.</div>
<div>
Reafirmo minha tese não cientificamente comprovada que o ser humano foi um erro divino ou maldito. Basta olhar pra ele. Me enoja.</div>
<div>
Por que eu não confio em você? Porque você não me dá motivos pra isso. Eu apenas ouço e observo. Não é questão de tirar as próprias conclusões ou de pré julgamento, apenas de afirmar o que já era previsto. Diante disso ajo.</div>
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<div>
Não quero dizer nem mais uma palavra sobre isso.</div>
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<br /></div>
<div>
Paula Miasato</div>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-9571213899154653862012-06-26T01:05:00.001-03:002012-06-26T01:05:43.125-03:00A Última Casa de Ópio: Sperare<a href="http://aultimacasadeopio.blogspot.com/2012/06/sperare.html?spref=bl">A Última Casa de Ópio: Sperare</a>: Continuo, sem parar. Sem pensar. Esperando certo do meu encontro com nosso divino santuário. Eu e o meu outro Eu estaremos juntos e ...Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-8242545989163220692012-06-23T22:39:00.001-03:002012-06-23T22:39:12.458-03:00De Chaleira: ATO III<a href="http://e-chaleira.blogspot.com/2012/06/ato-iii.html?spref=bl">De Chaleira: ATO III</a>: Ato III Por Wlaumir de Souza O mundo não parou. Não revisou. Paro eu. Futilidade, permaneço aqui! Cabisbaixo.Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-80227194232302680412012-06-23T08:41:00.003-03:002012-06-23T08:41:48.158-03:00Apenas uma certeza que se afirma a cada dia.Ter fé?<br />
Ter fé em que?<br />
Não tenho fé.<br />
<br />
Paula MiasatoPaula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-42783281546241652962012-06-19T13:54:00.001-03:002012-06-19T13:54:04.666-03:00A Última Casa de Ópio: Breve crônica da minha cabeça sobre A Grande Felin...<a href="http://aultimacasadeopio.blogspot.com/2012/06/normal-0-false-false-false-pt-br-ja-x.html?spref=bl">A Última Casa de Ópio: Breve crônica da minha cabeça sobre A Grande Felin...</a>: Madrugada de 3/Fev/2012 Eu vi ela sair do trampo hoje ! Eu e minha viola. Eu vi ela caminhar. Me inspira. E expira. E suspira....Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-31204609033257706132012-06-18T18:13:00.007-03:002012-06-18T18:13:52.671-03:00De Chaleira: ÁGUA SALGADA<a href="http://e-chaleira.blogspot.com/2012/06/agua-salgada.html?spref=bl">De Chaleira: ÁGUA SALGADA</a>: Por Guilherme Salla Nada, vejo o não. Aparece, desaparece. A vista é clara, límpida, translúcida. Nada, a paisagem insípida, incolo...Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-62292888913775316202012-06-18T18:11:00.002-03:002012-06-19T13:47:20.071-03:00OFERENDA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMFKX42zZEGqP9hPrtnSu1hsZ66W3Dbk1hf6tRoKQZiS6-7xgG-1cB9pSHNvx4pwjdvLIQXo7EsHCWWW27OEAeUAFxbxtihJZP6HJ4qf34RrK5MAGMmxlkVR-pLqcyycuHToRwVyX38Fs/s1600/iansa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMFKX42zZEGqP9hPrtnSu1hsZ66W3Dbk1hf6tRoKQZiS6-7xgG-1cB9pSHNvx4pwjdvLIQXo7EsHCWWW27OEAeUAFxbxtihJZP6HJ4qf34RrK5MAGMmxlkVR-pLqcyycuHToRwVyX38Fs/s1600/iansa.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
Um dia<br />
Quem sabe um dia.<br />
Depois das vidas<br />
Depois das mortes<br />
Num dia...<br />
Sob a escolta de soldados<br />
que boiam neste mar ácido,<br />
Mar que tomei pra mim<br />
Porque me foi oferecido.<br />
Mar morto.<br />
Oferenda.<br />
Rosto de Iansã.<br />
Um dia<br />
Quem sabe um dia,<br />
Depois da loira<br />
Depois da negra<br />
Depois da morena<br />
Depois da índia<br />
Após os enganos<br />
As ilusões<br />
As frustrações<br />
As viagens da minha mente turva<br />
E de meus pensamentos abstratos,<br />
As mentiras inventadas por mim mesmo<br />
e minha miopia, se desfaçam<br />
como fumaça de Fogo de Felina<br />
E revele as minhas duas ou três cabeças<br />
Clara como água límpida<br />
a verdade que há tempos busquei<br />
E minhas cabeças de geminiano<br />
Recusavam-se a ver.<br />
Há tempo... ?<br />
Destino... !<br />
A Felina dedica suas vidas<br />
Da mesma forma<br />
Como dedicou todas as suas outras<br />
a espera da dissipação.<br />
Um dia.<br />
Céu limpo.<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i>Paula Miasato</i></div>
<br />
<br />Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-69030902977507447482012-05-31T17:09:00.003-03:002012-05-31T17:09:47.012-03:00Vício<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDymIThRmgVaR8JI8EzmXiE3Yh9YczpgO2CarApQYqejdGlI6Sqro-iMeyUuKAcaOQbADWkWnDIXwmAikiPqav_MVQJlditq472OEjYoHuCkI_DPO1jTZUbrzTeUMM0gSDImEXkCHgMOE/s1600/cinzeiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDymIThRmgVaR8JI8EzmXiE3Yh9YczpgO2CarApQYqejdGlI6Sqro-iMeyUuKAcaOQbADWkWnDIXwmAikiPqav_MVQJlditq472OEjYoHuCkI_DPO1jTZUbrzTeUMM0gSDImEXkCHgMOE/s1600/cinzeiro.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: 11pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: 11pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: 11pt;">Fumava com prazer e culpa. Baforava contra a vidraça da janela para ver e não se esquecer da beleza disforme da fumaça do cigarro. "Mea bela culpa".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: 11pt;">Que meu pai me perdoe pelo desgosto do filho fumante e fedido. O prazer do cigarro ainda me preenche vazios e ilumina as noites escuras e silentes. Sinto que será assim por um bom tempo, quem sabe por todo o tempo em que eu ainda estiver por aqui vegetando da forma como escolhi, cercado por vidraças sujas de poluição e portas trancadas, longe do mundo lá fora, cárcere voluntário interrompido raramente e somente por visitas sexuais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: 11pt;">Abano o ar com a mão após apagar a bituca. Me remete a adolescência rebelde de fumante oculto. Mais um vício além do fumo, intimamente ligado a ele. Sou um homem de vícios.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: 11pt;">Meu cabelo cheira fumo, assim como minhas roupas, meu hálito, meus pelos. A maioria das mulheres não gosta. Reclama na hora do sexo, me fazem tomar banho e escovar os dentes antes de cravar o pênis em seus orifícios melados. Eles fedem tanto quanto eu e isso, somado ao tempo perdido no chuveiro e na pia fazem meu pau cair. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: 'Lucida Grande'; font-size: 11pt;">Agradeço sempre que posso a proteção que me é oferecida pelo odor do fumo nos lençóis, toalhas e cortinas, que encurta o tempo das visitas íntimas. Mulher depois que goza é um saco, despenca a falar da vida como se a gente quisesse mesmo saber da merda do cotidiano fútil delas, como se isso fosse provocar uma maior aproximação e intimidade e quem sabe, reservar um próximo encontro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 15px;">Contra isso, nada melhor e mais providencial que uma bela baforada de cigarro, companheiro este que substitui rapidamente e com extrema elegância a lastimável presença feminina após o sexo.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 15px;">Desta forma permito-me novamente afundar o corpo entre meus lençóis nicotinados, sempre com os olhos voltados para a vidraça da janela fechada que contra a luz natural do amanhecer transforma minhas baforadas em poesia.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 15px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 15px;">(originalmente publicado no blog coletivo De Chaleira)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 15px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Lucida Grande';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 15px;">Paula Miasato Rossi</span></span></div>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-60116514370485287702012-05-25T16:07:00.002-03:002012-05-25T16:07:43.180-03:00BRECHÓ DE CARNE<!--[if gte mso 9]><xml>
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<!--StartFragment-->
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não era uma puta o que ele queria, mas era uma puta o que
lhe restava depois da madrugada de tentativas frustradas. As cinco na manhã
depois da mesa forrada de garrafas vazias além da cadeira também vazia a sua
frente, a mulatinha parou e perguntou: moço me dá um cigarro?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Devia ter uns 14 anos. Cabelo mafuá curtinho, mini saia
encardida curtinha (padrão da moça), chinelos de borracha gasta protegiam um
par de pés rachados e feios. Sustentava lábios carnudos e ressequidos, sem
batom. Nessa hora já devia estar cheia de porra seca pelo corpo. Era puta. Uma
putinha nova encardida viciada de merda e que não usava batom. Fez programa a
noite inteira e não tinha grana pra comprar cigarros. Vagabunda.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enfiou o cigarro na boca dela. Tinha dentes grandes e
amarelados. Acendeu. Deu o primeiro trago estendendo um olhar de convite.
Mordeu o lábio inferior. A língua branca umedeceu os lábios. Um cheiro que
coisa usada, de brechó. Brechó de carne.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pediu pra pendurar a conta e a puxou pelo braço. Ela veio
sem questionar. Na outra mão o cigarro pela metade ainda aceso. Andava
estralando os chinelos de borracha. Aquilo o irritava, dava ódio. Ficou feliz.
Precisava disso pra fodê-la.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Entre as ruas Caieiras e Assis havia um beco escuro bem
apropriado. Não levaria aquela putinha fedida pro quarto dele, mesmo que ele
cheirasse a bolor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Grudou no cabelo mafuá dela pelas costas e colou aquela cara
esporrada no muro enquanto erguia a sainha encardida. Com a boca meio espremida
pelo muro ela disse: Dez reais moço.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É pra fumar?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não. É pra cheirar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A saia erguida liberou o cheiro de merda. A bunda dura, as
coxas grossas. A pele grossa. Empinou o rabo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fode moço. Fode meu cu.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O pescoço exposto pelo cabelo mafuá curtinho e os
calcanhares brancos e rachados. O cheiro de merda. As baratas passeando pelo
beco na noite de verão. Resto de comida azeda pelo chão. Alumínio de marmitex.
Cachimbos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enfiou... Enfiou a mão no bolso, sacou uma nota de vinte
reais. Encaixou entre as bandas da “bunda PF”, colou a boca alcoólica no ouvido
brilhante de cera e disse: Vai cheirar seu lixo, e me faz um favor, morre.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Largou a mulatinha sem nome ali mesmo no beco e voltou pro
boteco.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não olhou pra trás.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ah! A loira gelada e fresca... Ela não custava dez reais,
nem cheirava a merda.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i>Paula Miasato Rossi</i></div>
<!--EndFragment-->Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-76839662874581621082012-05-08T17:21:00.002-03:002012-05-08T17:21:52.750-03:00EQUÍVOCO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqd0ZqHTA964Oc7ryvbB5cPIQAGNUquiJWvzXIwS3LmZmEskSTqpm0LSz8V6u_FrrkpPDepv0XaxwKP2npNxhe9BkGE-YkRlBgLH32J88aIbf3BNspcgxDWbxcJXEJrukMAOQnJNaLSZA/s1600/equ%C3%ADvoco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqd0ZqHTA964Oc7ryvbB5cPIQAGNUquiJWvzXIwS3LmZmEskSTqpm0LSz8V6u_FrrkpPDepv0XaxwKP2npNxhe9BkGE-YkRlBgLH32J88aIbf3BNspcgxDWbxcJXEJrukMAOQnJNaLSZA/s320/equ%C3%ADvoco.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Minha pequenez reside na insistente reincidência da palavra alheia.<br />
Minha miudez tem dimensões absurdas diante do passado presente no cotidiano.<br />
Sinto raiva.<br />
Amo e sinto ódio.<br />
Minha raiva efervescente mata. A cada dia ela mata parte do respeito e do amor, que aos poucos vai tomando o mesmo tamanho da minha pequenez que é proveniente da reincidência da palavra alheia.<br />
Eu não nasci pra ser mãe, pra conviver com gente (a) normal, pra olhar para horizontes e avistar prédios ao invés de montanhas.<br />
Eu quero cozinhar abóbora sorrindo e fazer suco com amor.<br />
Quero o cheiro de sexo no cobertor, a goma seca no lençol pela manhã.<br />
Eu quero ver estrelas, mesmo que elas estejam mortas.<br />
<br />
Paula Miasato<br />
<br />Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-69735003154254273392012-05-01T03:19:00.001-03:002012-05-01T03:19:11.788-03:00Os olhos mais lindos<br />
Mais tristes<br />
Mais castanhos.<br />
Mais absurdos<br />
Mais geminianos<br />
Mais dualísticos<br />
Mais apaixonados<br />
E desapegados.<br />
Olhos de João de Barro.<br />
<br />
<br />
<br />Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-50545936650549779932012-05-01T02:43:00.003-03:002012-05-01T02:43:26.426-03:00CÃO VADIO DE LUA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtD3rZRV3OupfEtqG2wo-t-NPInPJK2kKoXfE1VKBsSoGm2xzO3X-Qgw7szwrvPQ3_vH9_P3tdF6zjdzgd3PZ7j72lXlzlh6oCuMHyr1aeHTCvDb2MTaESSVBJ45fr8afVGWN6zF_ywaA/s1600/O+AMANTE+REAL+(bx).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtD3rZRV3OupfEtqG2wo-t-NPInPJK2kKoXfE1VKBsSoGm2xzO3X-Qgw7szwrvPQ3_vH9_P3tdF6zjdzgd3PZ7j72lXlzlh6oCuMHyr1aeHTCvDb2MTaESSVBJ45fr8afVGWN6zF_ywaA/s320/O+AMANTE+REAL+(bx).jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: right;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">obra: Ricardo Passos da série "Era uma vez uma Rainha"</span></i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Três mil anos se passaram e após tanto tempo hoje não reconheço o homem que se deita ao meu lado. Hoje ele passou o dia fora, disse que ia trabalhar, não foi. Voltou quase de madrugada, foi ao quarto, me acordou e selou minha boca com um beijo não correspondido. Olhou pra dentro dos meus olhos e disse: vejo desprezo. Não respondi, era verdade mesmo. Após três mil anos ele só ganhou. Ganhou meu desprezo e indiferença, conquistados arduamente pelo seu esforço voluntário em me fazer sentir um lixo. Foi pra cozinha fazer janta, me acordou novamente e me chamou pra comer. Ele odeia comer sozinho. Egoísta. Há obviamente os que me diriam que isso foi um ato altruísta, afinal ele cozinhou pra mim. Não, ele cozinhou pra ele e odeia comer sozinho. Virei enfeite de mesa e depósito de esperma.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele se sente estuprado. Odeia a ideia de ter uma esposa puta, puta mesmo, no sentido de vagabunda, vadia. Ele diz que sou viciada em sexo e que se sente estuprado, mas que gosta, mas que odeia, mas que não quer uma vadia na cama, quer sua mulher, mas adora a vadia que tem na cama. Um geminiano típico. Sempre odiei geminianos, são indecisos, tem duas caras. Idealistas, querem tudo ao mesmo tempo e não se dão conta de que isso não é possível.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estupro mesmo. Abuso. Sugo até a última gota. Sou vampira de esperma. Não fico sem. Tem que ser macho de verdade pra me aguentar. Tem que levar tapa na cara e cumprir o papel de homem, marido e macho. Cada um com seus vícios. Ele com os dele, eu com os meus.</div>
<div style="text-align: justify;">
Cão vadio de rua, que anda sob garoa e luz de lua. Cão vadio de lua. </div>
<div style="text-align: justify;">
Minha solidão é a presença de ausência. Eu não gosto de ouvir a chave na fechadura estando do lado de dentro. Sou egoísta também. Quero estar do lado de fora, não me importa se sozinha ou acompanhada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje não me importa. Alías, hoje não me importa absolutamente nada do que ontem havia importância. Eu sou assim, observo, ouço, espero e as coisas apenas acontecem. Minhas escolhas estão feitas e não há mais o que decidir, elas tomam rumo próprio diante dos fatos. </div>
<div style="text-align: justify;">
Aquele dia eu devia mesmo ter saído. Do jeito que me vesti, como vagabunda. Vestido colado, decotado e curto, salto alto e fino adornando a cara de vadia que quer sexo (sempre quero). Devia ter feito como planejado. Primeiro homem, primeira esquina, colava a cara no poste e erguia o vestido o suficiente pra que ficasse a vista a calcinha fio dental preta e o anel de coxa. Arrebitava a bunda e oferecia o rabo em pé, grudada no poste. Depois voltava pra casa mordida, arranhada, chupada, descabelada e maquiagem borrada, cheirando a porra de rua, porra de desconhecido, só pra dividir o cheiro com o cão vadio de lua. Ele ia gostar. Ele gosta. Gosta de foder sentindo cheiro de outro macho. O pau fica mais duro ainda e ele goza horrores, me machuca todinha e ainda leva uns tapas na cara enquanto é chamado de corno. Ele chora, mas gosta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pra alguém que vive o tempo todo levando tão a sério a presença do número três só há uma saída: a presença de um terceiro, afinal de contas, o número três significa a resolução de conflitos.</div>
<div style="text-align: justify;">
A mim cabe essa missão, embora eu tenha levado três mil anos pra perceber.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<b><u><i>Paula Miasato</i></u></b></div>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-32918779975214425652012-04-12T23:00:00.001-03:002012-04-12T23:07:40.989-03:00Sexo, ópio e certidões de óbito<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É.. O cara chegou aqui na minha frente, óculos escuros da barraquinha ching ling, suor evidente na testa que escorria pelos cantos do nariz até cair entre os lábios. Lambia. Senti nojo. Mochila nas costas. Sentou e me disse que era um colecionador de certidões de óbito. Perguntou se eu não tinha alguma pra doar pra ele. Jurou que tomaria o devido cuidado, enquadraria e penduraria na parede de sua casa, junto a<span class="text_exposed_show">s demais. Disse que não. O vitiligo me chamava a atenção e eu não tinha como evitar. Abriu a mochila padrão do Governo do Estado e de lá tirou um livro. Delta de Vênus de Anaïs Nin. Se aproximou e me ofereceu o livro. Disse "é para o acervo da biblioteca, quero doar, mas antes quero que você leia os contos Mathilde e Marianne, são meus prediletos. LEIA". Na capa do livro a foto de uma bela mulher, cabelos negros, pele alva, espartilho e meia 7/8. Sem salto, sentada em uma poltrona antiga prendia a cinta-liga na meia. Ao lado abajur antigo e cinzeiro sobre a pequena mesa. Tá bom, eu leio, obrigada. Sexo e ópio. A personagem passava batom nos lábios vaginais com mais cuidado do que na própria boca. Sim, lábios vaginais, não vou falar buceta, nem boceta. Lábios vaginais. Não consegui imaginar uma buceta nela, apenas lábios vaginais vermelhos e bem delineados pelo batom da mesma cor que, toda noite passava cuidadosamente neles. Vestia apenas a cinta liga e as meias, sem calcinha, lábios vaginais vermelhos expostos, mas cobertos pela saia que, com apenas um movimento estrategicamente planejado escancarava a vagina vermelha de batom pelo salão, enlouquecendo os homens. Eles já sabiam. Sexo e ópio. Lábios vaginais vermelhos de batom. Certidões de óbito.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span class="text_exposed_show">Paula Miasato </span>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-89345634638990802762012-03-21T05:09:00.000-03:002012-03-21T05:09:04.843-03:00EXÍLIO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7TrCyul5KpQjH6B-nTMkfqIxOYCrD86VxC8ww4-dc1Lx_iU6sZqDRhkkASycpUK6EjKOjNsSqbIhtAqR3C6P1hbgVQrT6uzLFFhGFSyRbOhyzazrWqXIrQXPE0VLOO55fKsM6KUixGyE/s1600/morte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7TrCyul5KpQjH6B-nTMkfqIxOYCrD86VxC8ww4-dc1Lx_iU6sZqDRhkkASycpUK6EjKOjNsSqbIhtAqR3C6P1hbgVQrT6uzLFFhGFSyRbOhyzazrWqXIrQXPE0VLOO55fKsM6KUixGyE/s320/morte.jpg" width="165" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu sou uma grande mulher. Eu tenho 41 anos, sou escritora, pedagoga, química, funcionária pública há 20 anos, divorciada por três vezes, tenho uma filha de 17 anos (ela diria quase 18...) a qual criei e eduquei sozinha sem a ajuda e presença do pai.</div><div style="text-align: justify;">Eu sou uma grande mulher. Acredito na morte e na vida (mais na morte que na vida), acredito que posso, acredito que sou, faço, desfaço, crio e destruo de acordo com a minha vontade e isso me faz bem. </div><div style="text-align: justify;">Sou uma sobrevivente. Bebo, fumo, fui dependente química, sobrevivi a uma overdose. Sou uma sobrevivente.</div><div style="text-align: justify;">Eu sou uma sobrevivente a amores fulgazes. Afoguei depressão em sexo. Afoguei minha vida toda até o fundo, mas ela teimou em emergir. </div><div style="text-align: justify;">Passei fome as vezes pra não deixar minha filha passar por isso. Me enterrei em dívidas, mas sou teimosa e hoje caminho sobre a terra que me escondeu.</div><div style="text-align: justify;">Sou uma camaleoa. Fui morena, hoje sou loira, amanhã estarei morena novamente, quem sabe futuramente ruiva. Sou leoa (assim me chamam). Camaleoa. Cama/leoa. Uma leoa na cama, uma felina de fogo, terceiro fogo (o mais fudido deles). Eu sou fudida.</div><div style="text-align: justify;">Sou gente que odeia gente. Preciso de pouco. Pouco é preciso, me é precioso. Gosto da minha casa, do meu casulo, da minha toca, do meu esconderijo. É onde me sinto protegida da vida e das pessoas que vivem nela.</div><div style="text-align: justify;">Morro e ressuscito a cada gozo. Não sei pra onde vou, devo ir pra onde deveria estar, mas sempre volto. Nossa! Isso é muito bom...</div><div style="text-align: justify;">É... Eu sou uma grande mulher. Eu assusto, intimido, provoco e encanto. Gosto disso.</div><div style="text-align: justify;">Sou também prática. Elimino da minha pseudo vida coisas, momentos e pessoas que não me fazem bem com uma facilidade imensa. Isso me alivia e me causa a sensação de novo o que é essencialmente necessário pra mim.</div><div style="text-align: justify;">Sou também observadora. Olho muito tudo apesar do elemento distração ser parte integrante do meu eu físico e psíquico, um olhar pra dentro e pra fora de mim e dos outros, do mundo e da "vida". Olho, escuto, penso (não deveria) e espero o momento do bote. Sim, ele tem um momento certo que deve ser respeitado. Aprendi isso com cobras, que são mestres nisso. </div><div style="text-align: justify;">Os animais são inteligentes e sensuais.</div><div style="text-align: justify;">É... É... Eu sou uma grande mulher. Uma mulher que só aprende com a dor, que só aprende com o amor, duas coisas distintas e inseparáveis.</div><div style="text-align: justify;">É... Eu sou uma grande mulher. </div><div style="text-align: justify;">Sou.</div><div style="text-align: justify;">...</div><div style="text-align: justify;">?</div><div style="text-align: justify;">De que me adianta ser uma grande mulher? Se isso significa uma virtude que incomoda, provoca e assusta?</div><div style="text-align: justify;">Talvez isso não seja uma virtude. Seja um defeito.</div><div style="text-align: justify;">De que me adianta ser uma grande mulher se provoco sensação de paz onde não deveria? De que me adianta ser uma grande mulher que não dá as costas pra nada, estufa o peito ergue a cabeça e apesar de ver, ouvir, sentir e perceber mete a testa na parede invisível da realidade e a empurra com as mãos acreditando piamente que ela vai sair do lugar?</div><div style="text-align: justify;">De que adianta?</div><div style="text-align: justify;">De que adianta não dar as costas pra tudo? Eu sempre dou as costas pra mim...</div><div style="text-align: justify;">Eu sempre dou as costas pra mim...</div><div style="text-align: justify;">Minha pseudo vida é um recomeço constante. E eu sou a única e grande culpada disso tudo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Paula Miasato</div>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-74088440254178665012012-02-21T21:19:00.001-02:002012-02-21T21:20:30.605-02:00Solitude II<span class="Apple-style-span" style="color: yellow;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;">"A palavra desculpa, no sentido da língua portuguesa, designa um apelo direcionado à algo ou alguém, quando há presença de culpa e este apelo pede o perdão do sujeito.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;"><br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;">No sentido figurado, a palavra "desculpa" designa uma farça real ou de ficção cujo a pessoa diz ao sujeito para justificar sua ausência de culpa."</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: yellow; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;">Eu não gosto de pedidos de desculpas. Não suporto. Além de criar uma situação desconfortável, ressalta-se e dá-se uma dimensão ainda maior a uma outra situação que se, o culpado que pede desculpas tivesse pensado melhor antes de fazer a cagada, não teria existido. Basta pra mim assumir a merda. Pedir desculpas é uma forma de esfregar na sua cara que você é trouxa e obrigado a se dispor a outras situações semelhantes. Eu também faço as minhas cagadas, mas as assumo e caso você espere por um pedido meu de desculpas esperará eternamente. Carrego comigo as minhas culpas como forma de aprendizado, a fim de evitar situações semelhantes.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: yellow; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;">"A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos."</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: yellow; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;">Talvez minha aversão a multidão esteja estreitamente atrelada ao fator inevitável que impera no meio: hipocrisia. Eu não consigo fingir comportamento ou sentimento. Meu sorriso amarelo estampado na cara mostra exatamente o que eu estou sentindo mesmo que a contragosto. Me faz mal. Me embrulha o estômago. Eu não vou dizer que gosto de você se eu não gosto. Nem vou te abraçar. Sou eu. Fazerokê...</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: yellow; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;">Eu não preciso me justificar, nem fingir comportamento. Eu sou esta bosta de vitrine, que todos vêem o que há por dentro. Eu nunca vou conseguir deixar de ser eu, e se isso te incomoda, o problema é seu, e não meu.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: yellow; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 18px;">Atitude é tudo nessa merda de vida. Palavras? São só palavras...</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Paula Miasato</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br />
</span>Paula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2597941548884647653.post-56510720362636525522012-02-21T20:59:00.000-02:002012-02-21T20:59:00.986-02:00SolitudeEstar entre pessoas tem se tornado missão quase que impossível nos últimos tempos. Acho engraçado como elas se relacionam. É tudo muito estranho ao meu mundo, desde a forma como falam até a forma como se mexem, se tocam, se movimentam e se olham.<br />
Elas fazem barulho, se tocam sem vontade ou às vezes obrigam outras a um toque que não querem. Mas o importante é tocar. Se fazer real e perceptível, paupável, olhável, cheirável, visível, comível...<br />
Eu não gosto que me toquem. Sei bem quem devo tocar. São poucos, mal dá pra contar nos dedos de uma mão. Eu não gosto de me sentir na obrigação de cumprimentar na chegada e me despedir na saída. Soa falso. Sempre saio arranhada desses encontros sociais. Sempre saio babada, com uma crosta de suor que não é meu e que eu nem queria.<br />
Não gosto de me justificar a todo momento porque estou lendo no meio de 40 pessoas. Se leio, é porque quero, apenas isso. Se fecho o livro aí sim quero conversar. É apenas uma questão de respeito ao espaço alheio. Não gosto que invadam o meu espaço. Por isso me escondo na minha "casaca" e desço a ladeira.<br />
O que alguns chamam de separatismo, eu chamo de respeito.<br />
Me respeite. Respeite o meu espaço. Apenas isso.<br />
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Paula MiasatoPaula Miasatohttp://www.blogger.com/profile/15472504108464094809noreply@blogger.com0