quarta-feira, 13 de abril de 2011

TERMINAL



Eu imagino que através da vidraça o olho arda e queime exatamente tal qual arde e queima o meu, e que o frio que eu sinto da única camada de pele roçada e separada por ponteiros que teimam em tiquetaquear seja mascarado por uma mucosa morna temperada a alecrim.
A boca, cuidadosamente desenhada, umedeceu e emudeceu desejos distantes.
Teimo em sentar-me aos seus pés. Temo que beije meus pés.
Vejo meus fantasmas e seus demonios numa prosa doce.
A prosa terminal.

Pam Orbacam


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