domingo, 2 de maio de 2010

CATOTA




Hoje eu acordei com dor de garganta... ou seria coceira na garganta? Acho que ontem era coceira, hoje virou dor. Enfim, é na garganta, oras.

Noto que a evolução é inevitável quando a gente se dispõe à isso. Antes eu escrevia porque não conseguia falar. Hoje eu faço os dois.
Descobri um puta prazer em falar. Se trata de um perfeito acasalamento dos sentidos. É muito bom falar olhando no olho. E engraçado também, a reação de quem ouve é reveladora.
O olho faz de tudo: vira, revira, vai prum lado, vai pro outro aí a boca fala. Então é mais engraçado ainda, porque junta o olho revirando com a boca falando e eu ouvindo e olhando.
A sensibilidade aflora. Mentiras e verdades vêm à tona. E eu rio, não choro mais. A vida caleja, a gente cria um cascão que com o tempo nada nos atinge.
A verdade tem uma força indescritível. Ela sempre aparece, cedo ou tarde. Se estampa como outdoor eletrônico diante da nossa cara, aí... coloca-se o cascão pra funcionar, senão o tal outdoor eletrônico surge do nada tão perto da cara da gente, piscando em 220 que ofusca a vista.
O cascão tem o super poder de impedir que o olho ofusque. Cria aquela película protetora (como se fosse um filtro solar) aí o olho não fecha e a gente vê o que tanta gente não vê ou às vezes se recusa a ver, e isso é bom.
A verdade sempre é boa, mesmo quando ruim. A verdade limpa a alma (é como um esfoliante). Acho que estou meio salão de beleza hoje na postagem...
Desde que minha pequena era pequena eu dizia à ela: não importa o que tenha acontecido, o que você tenha feito ou falado, diga sempre a verdade. Por pior que seja a situação, diga sempre a verdade, não tenha medo.
Já dizia minha mãezinha, "mentira tem perna curta..." e tem mesmo, é uma bola de neve.
Bola de neve não... isso é muito pop. É uma bolinha de catota de nariz: você vai juntando as melequinhas e a catota cresce que é uma beleza! Gruda no dedo e então... Ai! Pra se livrar dela é um sufoco! Não adianta tentar grudar embaixo da mesa, no poste, na árvore, no chão, porque você pode até obter sucesso na sua tentativa, mas a catota vai sempre estar lá e alguém um dia vai encontrar.
Mentira é assim. Uma catota de nariz.
A mentira e a verdade existem. Fato.
Pode parecer nojento, mas então que me venham as catotas! Abraçarei árvores e postes, andarei descalça e virarei mesas de pernas para o ar. Você tem nojinho? Eu não.
Em consequência disso, claro, que me venham as verdades! Que eu possa mostrar minha cara e alma  limpas pra elas. Que eu possa mostrar minhas verdades, como sempre fiz, sem medo.
Você mentiu? Se arrependeu? Fez merda? Quer pedir desculpas?
"Desculpe", mas não aceito suas desculpas. Cabeça foi feita pra pensar e eu não sou obrigada a aceitá-las.
Quem sabe um dia, talvez, quando você colocar seus neurônios para funcionar e perceber que não adianta fazer merda, mentir e depois simplesmente se desculpar.
Desculpe, (não precisa aceitar...) mas essa é a verdade. Nua e crua.


Pam

Um comentário:

Mary tchulá disse...

eeuu rasho quando leio essa poesia , mas ao mesmo tempo é a ura realidade , poesia de duplo sentido , muito booaa...
o melhor é ver ela criando e só eu tenho essa sorte ,,, uishiushiusah
te amo demaaaiis minha pekenininhaa ,,,
sua fiááá