terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Solitude II

"A palavra desculpa, no sentido da língua portuguesa, designa um apelo direcionado à algo ou alguém, quando há presença de culpa e este apelo pede o perdão do sujeito.
No sentido figurado, a palavra "desculpa" designa uma farça real ou de ficção cujo a pessoa diz ao sujeito para justificar sua ausência de culpa."

Eu não gosto de pedidos de desculpas. Não suporto. Além de criar uma situação desconfortável, ressalta-se e dá-se uma dimensão ainda maior a uma outra situação que se, o culpado que pede desculpas tivesse pensado melhor antes de fazer a cagada, não teria existido. Basta pra mim assumir a merda. Pedir desculpas é uma forma de esfregar na sua cara que você é trouxa e obrigado a se dispor a outras situações semelhantes. Eu também faço as minhas cagadas, mas as assumo e caso você espere por um pedido meu de desculpas esperará eternamente. Carrego comigo as minhas culpas como forma de aprendizado, a fim de evitar situações semelhantes.
"A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos."
Talvez minha aversão a multidão esteja estreitamente atrelada ao fator inevitável que impera no meio: hipocrisia. Eu não consigo fingir comportamento ou sentimento. Meu sorriso amarelo estampado na cara mostra exatamente o que eu estou sentindo mesmo que a contragosto. Me faz mal. Me embrulha o estômago. Eu não vou dizer que gosto de você se eu não gosto. Nem vou te abraçar. Sou eu. Fazerokê...
Eu não preciso me justificar, nem fingir comportamento. Eu sou esta bosta de vitrine, que todos vêem o que há por dentro. Eu nunca vou conseguir deixar de ser eu, e se isso te incomoda, o problema é seu, e não meu.
Atitude é tudo nessa merda de vida. Palavras? São só palavras...


Paula Miasato

Solitude

Estar entre pessoas tem se tornado missão quase que impossível nos últimos tempos. Acho engraçado como elas se relacionam. É tudo muito estranho ao meu mundo, desde a forma como falam até a forma como se mexem, se tocam, se movimentam e se olham.
Elas fazem barulho, se tocam sem vontade ou às vezes obrigam outras a um toque que não querem. Mas o importante é tocar. Se fazer real e perceptível, paupável, olhável, cheirável, visível, comível...
Eu não gosto que me toquem. Sei bem quem devo tocar. São poucos, mal dá pra contar nos dedos de uma mão. Eu não gosto de me sentir na obrigação de cumprimentar na chegada e me despedir na saída. Soa falso. Sempre saio arranhada desses encontros sociais. Sempre saio babada, com uma crosta de suor que não é meu e que eu nem queria.
Não gosto de me justificar a todo momento porque estou lendo no meio de 40 pessoas. Se leio, é porque quero, apenas isso. Se fecho o livro aí sim quero conversar. É apenas uma questão de respeito ao espaço alheio. Não gosto que invadam o meu espaço. Por isso me escondo na minha "casaca" e desço a ladeira.
O que alguns chamam de separatismo, eu chamo de respeito.
Me respeite. Respeite o meu espaço. Apenas isso.

Paula Miasato

sábado, 18 de fevereiro de 2012

CONTRADIÇÃO




Tenho refletido muito sobre a minha vida, fato este que não sei ao certo se me deixa triste ou feliz, afinal de contas, sempre odiei filosofia e travo uma luta diária com meu cérebro tentando convencê-lo que faz parte de um todo, um corpo de funcionário público, portanto, não deve trabalhar (como ocorre na maioria dos casos), mas ele insiste, é teimoso (assim como eu) e acaba me enlouquecendo às vezes com essa mania ininterrupta de ligar o automático e foder com a minha vida.
Eu não deveria pensar sobre a minha fodástika vida, nem reler os livros que já li, nem ouvir coisas que já ouvi nem mesmo insistir nos erros que já cometi, mas essa putana teimosia faz parte de mim e eu gosto do (in)comum, (des)igual, acabo gostando de ser idiota. A idiotice me faz feliz. Todo idiota é feliz.
Esse “life replay”  talvez esteja associado a merda da esperança que eu nego como substantivo bom, aquela mesma da caixinha de Pandora que não era de Pandora (aquela infeliz). Coisa de quem espera... É... Não está relacionado com Pandora não. Isso..., esse “life replay”  tem algum outro nome que não sei qual é. Talvez seja algo que exista só pra mim, algo que eu mesma inventei. Eu invento coisas, palavras, devo ter inventado essa porra também.
A alternativa de enxergar a possibilidade de um erro não ser erro sempre esteve incrustada na minha pele. Sinto-me como mendigo. Pele bronzeada de sujeira, unhas que acumulam um piche bactérico e mortal (dá licença, eu invento, se te incomoda problema seu, não meu). Mendigos vivem de migalhas que por vezes é melhor que o rango que a gente come na casa da gente, aquele rango suado de dias seguidos de trampo insatisfatório, mas que garante a bosta do dia seguinte no vaso sanitário.
Estou com saudade de mim, não sei onde me escondi, acho que me expus e me perdi. Em contrapartida estou com overdose de mim. Contraditório eu sei. Basta apenas descobrir como conviver com isso.


Paula Miasato

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PIREI, QUANDO "DESPIRAR" VOLTO. ESTOU PRECISANDO LER, ESTOU PRECISANDO REAVALIAR ALGUMAS COISAS, ESTOU PRECISANDO SENTIR ALGO, ESTOU PRECISANDO DEIXAR DE SENTIR.  NÃO! EU NÃO PRECISO PENSAR SOBRE ISSO. SE EU PARASSE PRA PENSAR EU PIRARIA DE VEZ E NÃO É ESSA A MINHA INTENÇÃO. EU FIZ UMA OPÇÃO E TENHO PENDÊNCIAS PESSOAIS, PENDÊNCIAS ESSAS QUE NUNCA PLANEJEI TER, MAS HOJE TENHO. DIANTE DESTE FATO NÃO POSSO PIRAR DE VEZ O QUE SERIA UMA ÓTIMA SOLUÇÃO PARA A MINHA ANGÚSTIA, ESTA PORRA DE ANGÚSTIA DE FINITUDE QUE EU INFELIZMENTE DESCOBRI O QUE É (DENTRO DO MEU UNIVERSO, LÓGICO, PORQUE EU APRENDI COM A MERDA DA VIDA A SER EGOÍSTA).
MESMO SENDO EGOÍSTA, O QUE ME IRRITA PROFUNDAMENTE É PERCEBER QUE MEU EGOÍSMO SE RESUME A QUASE NADA. PROVOCO PICOS ALTOS DE ESTATÍSTICA EM BLOGUES ALHEIOS QUANDO QUERO (ISSO PORQUE AS PESSOAS SÃO DEFINITIVAMENTE PRECONCEITUOSAS COM ELES)  E TEIMO EM SER ÚTIL, SEJA NO ÂMBITO PROFISSIONAL OU NO PARTICULAR/PROFISSIONAL. NO PESSOAL É SEMPRE A MESMA MERDA. É A TAL DOR DE DAR O CU. DADO O CU SENTE -SE UMA DOR DOLORIDA E GOSTOSA. DEPENDENDO DE QUEM O COME, SE O COME COM TALENTO, PASSA-SE A SENTIR PRAZER NESSA DOR, O QUE TORNA O ATO DA AÇÃO COTIDIANO. DOR E PRAZER. UMA DOR E UM PRAZER ROTINEIROS. NÃO SOU MULHER DE ROTINA. ODEIO ROTINA, ODEIO GENTE, MULTIDÃO E FRESCURA. SEMPRE DISSE QUE SOU DA "RALÉ". SOU MESMO. FODA-SE. POUCO ME IMPORTA SE VOCÊ ACHA ISSO "PAPELÃO"DA MINHA PARTE. MEU ÚNICO E INFINDÁVEL PRAZER EM VIVER A VIDA CONSISTE EM FAZER DELA O QUE QUERO. E SEI QUE PELO MENOS ISSO POSSO (RESERVADAS AS CONSIDERAÇÕES SOBRE MINHAS PENDÊNCIAS.) CANSEI DE SER UM PETISCO ILÍCITO. CANSEI DE SER INVISÍVEL. CANSEI DE SER ACASO OU CASO. EU NÃO PROLONGO A MINHA DOR. MEU LADO JAPONÊS NÃO ME PERMITE A ISSO, EMBORA MINHA DESCENDÊNCIA PORTUGUESA AINDA INSISTA EM "ACREDITAR NO MEU LADO PORTUGUÊS SENTIMENTAL", COMO DIZIA CAZUZA. A QUALIDADE LITERÁRIA DE MEUS TEXTOS, CONFORME COMENTÁRIO RECEBIDO RECENTEMENTE POR FIGURA "ENTENDIDA"NO ASSUNTO, FIGURA ESTA QUE ADMIRO E RESPEITO MUITO, POR ISSO MINHA RECENTE CRENÇA SOBRE O FATO (NUCA ACREDITEI...) , RESTRINGE-SE APENAS A MINHA TRANSPARÊNCIA, SINÔNIMO DE "ALGO VERDADEIRO".  EU ESCREVO DIRETAMENTE NO BLOG, NÃO TENHO ARQUIVO NENHUM SALVO NO MEU COMPUTADOR, DE TEXTO ALGUM. MINHA VIDA ESTÁ LÁ (AQUI). COMO EU CONSIGO MANTER MEU BOM HUMOR? COMO EU CONSIGO TER ESSE VIGOR, ESSE TÔNUS? AH... É REFLEXO DA MINHA ETERNA ANGÚSTIA EM ESCREVER. VIVO ISSO CONSTANTEMENTE. SOU PÉSSIMA FALANDO, POR ISSO ESCREVO, MAS AINDA ASSIM, ME CONSIDERO PÉSSIMA ESCREVENDO, O QUE SUSTENTA ESSA ANGÚSTIA ACREDITO QUE ATÉ PELO FIM DE MEUS DIAS. SIM, ESTOU OFF. SIM, ESTOU OUT. SIM! ESTOU LIVRE E PRESA NA TORMENTA DOS TEXTOS QUE SE ARREMESSAM NA MINHA CABEÇA. SIM, SOU EU. PRAZER, EU SOU O E.T.  DE VARGINHA. EU NÃO PERTENÇO A ESSE MUNDO. CANCELO COMPROMISSOS, DOU CANO, FALO O QUE PENSO, "RAMELO" E NÃO NEGO NEM TENHO VERGONHA DISSO, AFINAL, PAGO UM PREÇO MUITO ALTO E PAGO COM PRAZER. SOU TEIMOSA, IMPETUOSA, INCONSTANTE E INGÊNUA, UMA MISTURA QUE DIFICILMENTE DÁ CERTO, MAS EU GOSTO. TENHO PICOS DE DOR E PRAZER SIMULTÂNEOS, ÀS VEZES NÃO SEI SE GOZO OU SOFRO, MAS... É BEM COMO A DOR DE DAR O CU (PEGANDO O GANCHO DE CARMÔ SENNA EM SEU ÚLTIMO POST NO CAFEINÔMETRO). É SOFRIDAMENTE GOSTOSA. A GENTE "PIRA" MAS VOLTA... O PRAZER VAI. A DOR, NO DIA SEGUINTE, PERMANECE. 
(POST SEM IMAGEM... TÔ SEM SACO.)

Paula Miasato