sábado, 5 de junho de 2010



Labirinto



Luz e sombra... Encanta e cega.
Labirinto com espelhos.
Desnorteia...
Luz que não se apaga,
Sombra que abala o chão.
Calor e frio:
Quando quente, acolhe,
Quando frio, aparta.
Multidão e solidão.
Dia e noite.
De dia exposto
De noite, fetal.
Na multidão, acessível
Na solidão, comprimido.
O dia não existe,
Á noite é o parto.
Da nascente
Do sono profundo.
Encanto e desencanto
Lembrança e saudade
Amargura e doçura
Que assassina e ressuscita.
Ódio intenso sem tamanho.
Carinho imenso sem medida.
Audaciosa carência escondida
Em envelope sem destino.
Labirinto sem saída...
Caminho com curvas, muralhas,
Espelhos que iludem
A inexistente saída.
Voz que ordena,
Mãos que oferecem
Tortura e afago.
Boca que cala,
Olho que fala...
Eco no labirinto que
Enlouquece os sentidos.



PAM
FOTOGRAFIA: RODRIGO COSTA

Nenhum comentário: