terça-feira, 13 de julho de 2010

CHÃO





Tempo de colocar os pés no chão. Sempre os tive, entretanto a cabeça teimava idolatrar as nuvens. Coisas de Sagitariano. Ter sonhos, fazer planos, construir castelos imaginários. Coisas idiotas.
Os pés devem estar no chão junto aos joelhos, à frente a cabeça. Neste mundo o corpo todo deve estar colado ao chão, até a morte, onde ele ficará apodrecendo pra nos lembrar o quanto não valemos nada.
Perda de tempo acreditar que alguém possa ser honesto e sincero conosco. Melhor que sejamos nós, tanto conosco como com os demais.
O tempo passa muito rápido. Temos que ser cautelosos em nossas escolhas. Uma escolha errônea pode nos colocar no pico de uma montanha, e a queda é certa e fatal.
Cuidado. Muito cuidado. O arrependimento nos acompanha até o final de nossos dias, como uma sombra. Não há como fugir. Mas depois da merda feita o que resta é conviver sem noites, sob o sol ao lado da sombra.
Tempo de colocar os pés no chão. Flecha armada. Olho no alvo.
Ser bom não é suficiente. Ser compreensivo não é suficiente. Amar não é suficiente. É abismo.
Por isso não escalo montanhas. Elas são altas, a vista é linda, mas o que o olho alcança está muito longe, não vale a pena. São formigas, é maquete.
Tempo de por os pés no chão e na encruzilhada parar, olhar, respirar fundo, fechar os olhos e seguir.
Sempre com os pés no chão.

PAM
obra: Alan Cassiano
visite: http://www.alancassiano.com

PAM

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