sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eu digo Adeus





O tempo não para, já dizia Cazuza, mesmo entre tentativas frustradas de arrancar as pilhas do relógio de parede ou tirar da tomada o fio que ilusoriamente faz com que o tempo passe.
Quando o relógio para por natureza, por falta de folego (não encontro a merda do acento circunflexo nessa porra de teclado do Mac... Ah, como o Léo Nassif me faz falta nessas horas...) a idiotice humana (eu, nesse caso) o leva para fazer andar, para fazer passar, para mostrar de forma concreta que o tempo passa e que isso é visível aos olhos.
Então olhe para o ponteiro que pisa sobre os marcadores de segundos passo a passo, como se andasse em direção a uma encruzilhada e sofra. Sofra com o olho, com o ruído do tic tac e com as mudanças de hormonio (a merda do acento no Mac...).
Sinto fome, mas estou sem apetite. Hoje eu esqueci o fenobarbital. Neuronios a menos (merda de Mac) após tantas crises convulsivas.
A vizinha diz que é doença do demo. Foda-se a vizinha. Aliás, ela não fode.
Derrubei café amargo no meu chão de madeira. O cinzeiro lotado denuncia a noite insone. Eu tento arrumar a casa, mas não consigo, eu tento me arrumar, mas não consigo.
Queria ouvir o gemido de pele alva e fria, sem lembrar do tempo, inclemente, que me faz dizer adeus.

Pam Orbacam

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