terça-feira, 26 de abril de 2011

EU E MEUS FANTASMAS



Hoje foi um dia esquisito. Um dia cheio de sensações estranhas, de pensamentos mórbidos, de sexto sentido mais que apurado. Odeio quando acordo assim. Geralmente quando isso acontece (e acontece com frequencia) acabo por maltratar pessoas (as poucas) que amo, minhas atitudes não são minhas, talvez de meus fantasmas, eles sempre dão o ar da graça.
Enfim, o fato é que esse tal sexto sentido que brota dos meus fantasmas quase sempre aparece pra me deixar down, saturnina, e raramente contribuem positivamente no decorrer do dia, alías, acho mesmo é que esse sexto sentido só atrapalha. Mulher já é uma coisa muito complicada com cinco, pra que seis?
Daí acontece que fico na maior cobrança comigo mesma. Já faz quinze dias que me comprometi dar a devolutiva da análise dos textos do Cacá Paraíso por e-mail, isso depois de quase vinte dias tentando me concentrar na leitura, e ainda não concluí o combinado.
Já faz uma semana que tento ler o conto enviado pelo Simka pra desenvolvermos juntos o projeto sobre o qual conversamos. encontro com o cara todos os dias e fico com um ar de "ué " estampado no rosto, converso, desconverso e a coisa empaca.
Daí que aparecem mais duas propostas de projetos literários, tenho mil idéias, busco alternativas, recursos, as pessoas demonstram interesse em ver a coisa pronta contudo não se dispõem a colaborar e as devolutivas das análises de textos continuam ficando pra trás, isso sem levar em consideração os seis textos que o Guto me enviou e nem uma resposta automática de e-mail recebido encaminhei pra ele. E a blusa do Araújo? Nossa!!!! Um ano com a blusa do cara. Eu sou muito cara de pau, descuidada, mas não quero, tento, mas não consigo. Não é sacanagem da minha parte, definitivamente não sou uma pessoa sacana, apenas atrapalhada (muito).
Sinto minhas mãos algemadas. Só minhas "ANAS" invadem meus miolos armadas de facas, uma em cada mão, cuidadosamente amoladas, tentando fatiar meu cérebro. Elas conseguem, me consomem, e eu gosto disso.
As mulheres que vivem dentro de mim, todas elas, juntas me espremem contra a parede como mortos vivos querendo comer cérebro. Elas precisam ser alimentadas. Dou-lhes alimento cru, frio, insípido, justamente o que elas precisam.
Hoje eu senti cheiro de carniça. Isso também é normal em dias como hoje. Eu já devia ter me acostumado. Deve ter sido o pancadão que eu ouvi no tróleibus na ida ao trabalho. Adolescentes inúteis, fúteis, que precisam mostrar para os demais 60 passageiros que curtem um som totalmente idiota, além de sentirem necessidade extrema de falar alto com suas vozes desafinadas sobre assuntos que não interessam a ninguém, na verdade, nem a eles mesmos (um dia eles vão descobrir isso, espero...).
Bem, em contradição ao meu próprio discurso, peço desculpas aos que amo pelo desprezo e maus tratos do dia (eu sempre digo que é preciso pensar muito antes de fazer ou dizer merda pra que não seja preciso fazer uso de uma coisa tão brasileira como o pedido de desculpas), enfim, DESCULPEM-ME! Sei que um dia eu chego lá pra fazer juz ao meu discurso.
No fundo, eu sou do bem, meus fantasmas é que não são, e isso não é uma desculpa, apenas uma invisível, porém abstrata e concreta realidade (nossa! hoje to from hell...)
Cris, valeu por dividir a marmita comigo. Ando comendo mal, deve ser auto punição. Amanhã divido a minha contigo. Amo voce, embora como já lhe disse, não consigo processar todas as informações passadas por ti em tão pouco tempo.
Anjo, apresento-lhes meus fantasmas. Muito prazer, hoje voce conversou com eles, não comigo. Releve se possível, isso passa, sempre passa embora volte. Deve ser por isso que me amam ou me odeiam. Sabe aquela obra que gostou? O Colecionador? Aquela da janela? Pois é... Sou eu.
Já falei demais. Por hoje chega, que este post tá uma merda.
Amanhã é outro dia. Quem sabe vejo margaridas pelo caminho durante o dia e anjos sem asas a noite... Seria muito bom.
Que o inverno chegue o mais rápido possível para refrescar meus miolos.
That's it.

Pam Orbacam

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