terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Solitude

Estar entre pessoas tem se tornado missão quase que impossível nos últimos tempos. Acho engraçado como elas se relacionam. É tudo muito estranho ao meu mundo, desde a forma como falam até a forma como se mexem, se tocam, se movimentam e se olham.
Elas fazem barulho, se tocam sem vontade ou às vezes obrigam outras a um toque que não querem. Mas o importante é tocar. Se fazer real e perceptível, paupável, olhável, cheirável, visível, comível...
Eu não gosto que me toquem. Sei bem quem devo tocar. São poucos, mal dá pra contar nos dedos de uma mão. Eu não gosto de me sentir na obrigação de cumprimentar na chegada e me despedir na saída. Soa falso. Sempre saio arranhada desses encontros sociais. Sempre saio babada, com uma crosta de suor que não é meu e que eu nem queria.
Não gosto de me justificar a todo momento porque estou lendo no meio de 40 pessoas. Se leio, é porque quero, apenas isso. Se fecho o livro aí sim quero conversar. É apenas uma questão de respeito ao espaço alheio. Não gosto que invadam o meu espaço. Por isso me escondo na minha "casaca" e desço a ladeira.
O que alguns chamam de separatismo, eu chamo de respeito.
Me respeite. Respeite o meu espaço. Apenas isso.

Paula Miasato

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