quarta-feira, 4 de maio de 2011

SAÍDA




Ela estava ali sentada, nádegas na beira da cadeira, costas reclinadas no encosto, cabeça para trás, mãos com dedos cruzados, apoiando a cabeça. Olhava o teto. As coxas semi nuas, os seios apontavam a janela. Não entrei. Preferi observar.
Fechou os olhos. Eu podia ver o movimento da respiração pelo abdomem. Os seios acompanhavam. Ficou assim por cerca de tres minutos e voltou a si. Abriu os olhos. Os pés descalços sobre os pés da cadeira pousaram no chão. Abaixou-se, pegou os sapatos de salto e os calçou com uma elegancia que nunca havia visto.
Me escondi do lado de fora, atrás de um móvel. Ela saiu. Duas bolsas e uma sacola. Vestido preto com bolinhas coloridas, discreto, não marcava o corpo, no entanto destacava parte das coxas e pernas sem meias. Não me viu.
Ajeitou o cabelo atrás da orelha, trancou a porta e saiu.
Ainda ouço o eco dos seus passos pelo chão de madeira.
Nunca mais a vi.


Pam

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