sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

SOMOS FORTES E DOCES

(desenho de Rodin - Amantes)

não... não é mais um texto de amor... pelo menos por enquanto...

Eu e essa minha mania incorrigível de auto proteção... Nem sei mais se é junto ou separado que se escreve essa merda, enfim, a vida de um molusco não é fácil. Requer anos de construção, poda, punição. Só assim se adquire o casco (visualizo uma lesminha daquelas tipo caracol, saca?). Então...
Minha cabeça é uma merda, já me lembrei agora das genitálias do molusco (que ainda não vi), dos Rossettis, e do... Como chama mesmo aquele cara? Um vesguinho com cara de tarado, mas que acho que queima a rosca... Putz, o Cassiano adora ele... Esqueci. É. Eu esqueço nomes, datas, compromissos e tudo o mais (neurônios a menos, não querendo ser repetitiva, mas sendo). Dá-lhe Gardenal!!!!
To sem foco pra escrever, mas sentindo uma necessidade enorme de vomitar tudo o que há meses tá entalado na minha garganta e sei que isso não vai funcionar, porque quando estou assim perco o foco, misturo os assuntos, falo de lesmas, de tarados e genitálias tudo ao mesmo tempo e duvido, DUVIDO que alguém aí vai entender meia dúzia de palavras do que to escrevendo hoje, mesmo porque isso não é um conto, crônica ou poema engavetado que foi aprimorado para postagem e posterior publicação. Aliás, eu quero mais é que as publicações se fodam, e quero que se fodam também todas as postagens belamente construídas anteriormente por mim e que foram premiadas ou publicadas, porque isso hoje para mim já não tem a menor importância. Nem meu nome mais carrego. Não aliso mais meus textos, não os corrijo, não os reviso, eles não precisam do meu carinho, quero eles assim desse jeito: crus, desafinados, desalinhados como uma mulher que passou a noite inteira metendo e acorda com a maquiagem borrada, suor e secreções secas no corpo. Aquele cheiro de sexo no quarto, nos lencóis, debaixo das unhas, nos cabelos, aquela imundície sacana e cheirosa amanhecida. O sangue. Quero eles assim. 
Eu ia falar sobre ti hoje, mas decidi não falar. Você me provocou, aqui estou eu. Do jeito que ninguém quer, do jeito que a sociedade rejeita, do jeito que sempre sofri, do jeito que você também sofre. Pode parecer rude, mas minhas linhas hoje estão cruzadas e do mesmo jeito que sinto ódio, sinto saudade, amor e ainda, ainda posso sentir o seu cheiro. Um cheiro forte e doce, assim como somos. 
Sim. Somos fortes e doces. E isso... Ah meu demônio... Isso ninguém tira da gente.


Paula Miasato

Um comentário:

Cris Boka de Morango disse...

Eu e meus demônios nos damos muito bem...

Godd vibes!!!