terça-feira, 8 de maio de 2012

EQUÍVOCO



Minha pequenez reside na insistente reincidência da palavra alheia.
Minha miudez tem dimensões absurdas diante do passado presente no cotidiano.
Sinto raiva.
Amo e sinto ódio.
Minha raiva efervescente mata. A cada dia ela mata parte do respeito e do amor, que aos poucos vai tomando o mesmo tamanho da minha pequenez que é proveniente da reincidência da palavra alheia.
Eu não nasci pra ser mãe, pra conviver com gente (a) normal, pra olhar para horizontes e avistar prédios ao invés de montanhas.
Eu quero cozinhar abóbora sorrindo e fazer suco com amor.
Quero o cheiro de sexo no cobertor, a goma seca no lençol pela manhã.
Eu quero ver estrelas, mesmo que elas estejam mortas.

Paula Miasato

Nenhum comentário: