sábado, 16 de abril de 2011




Debaixo do colchão do recém nascido, e mesmo na cama onde está a mãe, pôe-se uma tesoura de aço, aberta, para afungetar as Bruxas que vêm durante a noite sugar o sangue da criança.
É um costume de Portugal que se espalhou no Brasil. Há igualmente na Espanha, França, Bulgária, Romênia, Grécia, etc.
O aço amendronta os maus espíritos e fá-los fugir imediatamente de sua presença mágica.
A tesoura é, por vezes, substituída por uma faca, simples lâmina de aço, um pedaço de foice cegadeira, um punhal. O essencial é que o aço esteja à vista, a lâmina, desembainhada, ou a tesoura, de pontas abertas, em posição de cortar. As Bruxas, apavoradas, desaparecem como fumaça.
Para os espíritos malignos que andam à noite, as forças adversas, obscuras e poderosas, a lâmina de aço é um amuleto defensivo de poder irresistível.
A simplificação do uso, com o passar dos tempos, reduz a tesoura a uma única das pernas e a lâmina a uma agulha grande, de aço, reluzente. Bastará que a bruxa perceba um desses instrumentos, para deduzir que sua presença está sendo aguardada com uma recepção atrevida e feroz. E fugirá do alcance dessas ameaças. Daí, lógicamente, tornar-se suficiente uma tesoura, objeto caseiro, mas de possível agressão, uma lâmina de aço, isolada, para afastar a Bruxa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Naodouglas Mariate: eu gosto dessa historia